Erros que cobram
usura da alma
repleta de medos
Culpas que incendeiam
os galhos secos
de arvoredos tristonhos
sem textura de ternuras
Rossio de encontro
dos momentos de ontem,
amedrontando do passado
a vivência do hoje
de (quase) úteis vidas
Relva de infértil terra,
brotando sabe-se lá como
de infelizes dias,
que a si mesmos
se consomem
Matam o corpo
Envenenam os sentidos
Pouco deixam
para que se viva desperto
e muito tiram
para que se vague
quase sempre intranquilo
Poema triste
querela débil
não sei de onde vem
mas conheço a alma
que o verte
—
Hélio Andrade