Esse teu coração…
labirinto de Minos,
cujas paredes escondem
o Minotauro devorador de homens
No afã de te encontrar,
apalpo estes obscuros caminhos
e não ouço as vozes dos muitos,
que se perderam neste esquife
Que terrível ilusão!
Busco aquilo que não existe…
No fim desta senda,
não vou encontrar-me contigo
Entorpecido por tua beleza,
dou passos doridos,
que ecoam os murmúrios
de um sequioso coração amargurado…
ludibriado pelos sentidos
Metade mulher, metade instintos
Humana alma com pretensões divinas
Eis aí meu destino…
Ser devorado semimorto
para então encontrar-me vivo
—
Hélio Andrade