Papiro
O papiro era uma folha utilizada para escrever e/ou pintar, feita a partir de tiras cortadas dessas hastes. Essas tiras eram umedecidas, colocadas uma sobre a outra e/ou entrecruzadas, batidas para se unificarem e geralmente polidas após a secagem. Criado pelos egípcios, o papiro foi o principal suporte de escrita na Antiguidade, especialmente na região do Mar Mediterrâneo, onde a maioria dos livros e registros era constituída por rolos de papiro.
O papiro era uma planta aquática que crescia às margens de rios, lagos e pântanos do Oriente, cuja casca interna era utilizada para escrever. Essa planta ainda existe hoje no Sudão, na Galileia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do papiro eram coladas umas às outras até formarem um rolo de qualquer tamanho.
Esse material de escrita primitivo é mencionado diversas vezes na Bíblia, por exemplo, em Êxodo 2.3, Jó 8.11 e Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia, o papiro é mencionado como junco; de fato, o papiro é um tipo de junco de grandes proporções. A palavra “papel” deriva do termo papiro. Seu uso nas Escrituras remonta a aproximadamente 3000 a.C.
Pergaminho
O pergaminho consistia em peles, principalmente de carneiro ou ovelha, submetidas a um banho de cal e depois raspadas e polidas com pedra-pomes. Feito isso, eram lavadas, novamente raspadas e colocadas para secar em molduras de madeira, para evitar a formação de pregas ou rugas. Por fim, recebiam uma ou mais demãos de alvaiade, um pigmento branco composto de carbonato de chumbo, usado em pinturas exteriores.
O pergaminho era superior ao papiro em termos de qualidade e durabilidade. Seu nome deriva da cidade de Pérgamo, onde, provavelmente no século II a.C., o processo de produção foi desenvolvido. Seu uso é mais recente do que o do papiro e remonta aos primórdios da Era Cristã, embora já fosse conhecido anteriormente. O pergaminho também é mencionado na Bíblia, como em 2 Timóteo 4.13.
O formato primitivo da Bíblia
A Bíblia foi originalmente escrita na forma de rolos, com cada livro sendo um rolo separado. Portanto, inicialmente, os livros sagrados não estavam reunidos como os temos agora em um único volume, a Bíblia. Isso se tornou possível com a invenção do papel no século II pelos chineses e a invenção da prensa de tipos móveis em 1450 d.C. por Gutenberg, um tipógrafo alemão. Antes disso, tudo era manuscrito pelos escribas de forma laboriosa, lenta e custosa.
No que diz respeito à disseminação da Palavra de Deus, vemos uma maravilhosa bênção. Através dos milhões de exemplares impressos, distribuídos rapidamente e facilmente em muitos lugares ao redor do mundo, a Bíblia, ou pelo menos o Novo Testamento, tem alcançado um número cada vez maior de pessoas.
Graças aos avanços no campo das invenções e tecnologia, hoje podemos transportar um exemplar da Bíblia com facilidade e conveniência, algo que era impossível nos tempos antigos. No entanto, ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.
A origem da palavra “Bíblia”
O termo “Bíblia” não é encontrado no texto das Sagradas Escrituras, apenas na capa. Então, de onde vem essa palavra? Ela tem origem no grego, a língua original do Novo Testamento.
A palavra “Bíblia”, que é uma forma plural, deriva do grego “bíblos” ou “bíblion”, que significa “rolo” ou “livro”. “Bíblion”, no caso do nominativo plural, assume a forma “bíblia”, que significa “livros”. No latim medieval, é usado como uma palavra singular – uma coleção de livros ou “a Bíblia” (fonte: www.google.com.br).
Um rolo de papiro de tamanho pequeno era chamado de “biblion” e vários desses formavam uma “bíblia”. Portanto, literalmente, a palavra “bíblia” significa “coleção de livros pequenos”. Com a invenção do papel, os rolos desapareceram e a palavra “biblos” deu origem ao termo “livro”, como podemos ver em palavras como biblioteca, bibliografia, bibliófilo, etc. É consenso entre os estudiosos no assunto que o nome “Bíblia” foi primeiramente aplicado às Sagradas Escrituras por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no século IV da era cristã.
Devido às Escrituras constituírem uma unidade perfeita, a palavra “Bíblia”, sendo uma forma plural, como vimos anteriormente, passou a ser usada no singular, significando “O Livro”, ou seja, “O Livro dos Livros”, “O Livro por Excelência”. Como Livro Divino, a definição canônica da Bíblia é “A Revelação de Deus à Humanidade”.
Entre inúmeros outros, alguns dos nomes mais comuns que a Bíblia utiliza para se referir a si mesma, ou seja, nomes canônicos, são:
- Escrituras: “Jesus perguntou-lhes: ‘Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os construtores rejeitaram, essa veio a ser a principal pedra, angular; isto procede do Senhor e é maravilhoso aos nossos olhos?'” (Mateus 21.42).
- Sagradas Escrituras: “o qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras” (Romanos 1.2).
- Livro do Senhor: “Buscai no livro do Senhor e lede: Nenhuma destas criaturas falhará…” (Isaías 34.16).
- A Palavra de Deus: “invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição…” (Marcos 7.13); “…a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais cortante do que qualquer espada de dois gumes…” (Hebreus 4.12).
- Os oráculos de Deus: “…aos judeus foram confiados os oráculos de Deus” (Romanos 3.2).
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Referência
SILVA, A. G. (2006). Blbliologia: introdução ao estudo da Bíblia: adaptado para curso pela equipe redatorial da EETAD. 1a edição. Campinas, SP: Escola de Educação Teológica das Assembléias de Deus.