O Lugar de Adoração

“Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”


Relata-se no livro de João, capítulo 4, que Jesus, certa vez, cansado da viagem, assentou-se junto à fonte de Jacó e teve um encontro com certa mulher de Samaria, a quem disse: “Dá-me de beber.”
Samaritanos eram malvistos, considerados inferiores, indignos, por descenderem de judeus que se miscigenaram com outros povos que habitaram aquela terra após a invasão Assíria.
Aquela mulher, sabendo disto tudo, muito se admirou, ao que lhe respondeu: “Como, sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?”

O fato é que Jesus não atentava para rótulos ou ‘pré-conceitos’, mesmo diante de constrangimento iminente.
Obstinado e destemido, parecia enxergar além das barreiras e dogmas humanos.. conhecer respostas antes mesmo delas serem concebidas.
Não havia obstáculos para que ele encontrasse quem desejava.
Ele então respondeu:

“Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.”

Em outras palavras: “Se conhecesses o grande e eterno plano de amor de Deus para com os homens, e quem é este que fala contigo, receberias dEle, nesse exato momento, Seu maior tesouro, que é como água viva..”.
Disse ainda:

“Qualquer que beber desta água (do poço) tornará a ter sede;
Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorrará para a vida eterna.”

Assim, Jesus parecia estar chamando a atenção daquela mulher para algo maior …
Com perguntas direcionadas, segredos e contradições de sua história foram revelados.
Em sua sinceridade, contudo, ela o cativou.
Reconhecendo nele um ‘profeta’, disse:

“Nossos pais adoraram neste monte (monte Gerizim), e vós dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.”

Aquele encontro chegava então ao seu ápice, ao exato ponto que o sábio Mestre buscava. Àquela mulher, considerada indigna pelos religiosos de então, ele revelou precioso segredo oculto por séculos:

“Mulher, crê-me que a hora vem, em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. […] Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade.
A mulher disse-lhe: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo.
Jesus disse-lhe: Eu o sou, eu que falo contigo.”

Jesus é o portador desta grande mensagem, que, hoje, não mais necessitamos de templos nem lugares sagrados para buscar ao Criador. Em um passado distante, isto já foi necessário. Mesmo naquela época, contudo, homens iluminados já entendiam que algo maior estava prestes a se revelar:

“Pois não desejas sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas em holocaustos.
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.” Salmo 51:16,17

Em Jesus uma nova aliança foi estabelecida:

“Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita; para que a tua esmola seja dada em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, ele mesmo te recompensará publicamente.
E, quando orares, não sejas como os hipócritas; pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. […]
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.” Mateus 6:3-6

Portanto, o Autor da Vida não está interessado em rituais religiosos, e engana-se quem pensa estar em vantagem por assim proceder. Todos somos nuvem passageira.. Todos dependemos da graça de Deus. E com Ele, não há barganhas.

De fato, porém, Ele reservou algo mais excelente para nós, pois seus pensamentos não são como nossos pensamentos, limitados, previsíveis, egoístas. São mais elevados que os céus.

E Nisto revelou-se o amor verdadeiro: Não em que nós tenhamos saído a encontrar Deus, mas em que Ele mesmo veio ao nosso encontro. Não em que nós tenhamos o amado, mas em que ele nos amou primeiro. E esse amor está em Jesus.
Nele, Deus-Criador é o Pai, e todos que o recebem são seus Filhos. Eles nunca mais terão sede, pois a essência do Pai, que neles habita, é uma fonte inesgotável. São livres, levados pelo vento, o Espírito.
Não mais necessitam de tábuas com mandamentos, pois Ele escreveu Sua lei – a lei do amor – em seus próprios corações.
Nem mais necessitam de templos para que o adorem.
São os verdadeiros adoradores, que agora andam com o Pai em sinceridade e verdade.

Eduardo W.

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