Os primeiros no Reino

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” João 13.35


Um homem tinha dois filhos, e, dirigindo-se ao primeiro, disse: Filho, vai trabalhar hoje na minha vinha (vinhedo, região vinícola).
Ele, porém, respondendo, disse: Não quero. Mas depois, arrependendo-se, foi.
E, dirigindo-se ao segundo, falou-lhe de igual modo; e, respondendo ele, disse: Eu vou, senhor; e não foi.
Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. Disse-lhes Jesus: Em verdade vos digo que os publicanos (malvistos coletores de impostos do império romano) e as meretrizes (prostitutas) entram adiante de vós no reino de Deus.

Mateus 21:28-32elata-se que Jesus proferiu esta parábola aos principais dos sacerdotes e anciãos do seu povo, que, naquela época, eram tidos como iluminados e superiores devido ao conhecimento que afirmavam possuir de Deus. Um conhecimento que, na verdade, era falho, pois baseava-se sobretudo em impressões humanas, e somente visava ao orgulho e perpetuação de poder.

Por Jesus, compreendemos que um novo acesso, uma nova dimensão para o Criador nos são oferecidos. Deus então torna-se o Pai, nós seus filhos.
Nele, portanto, não há mais judeu ou grego, homem ou mulher.
NEle somos um, pois passamos a partilhar do mesmo espírito, que, em sua essência, desdobra-se em amor.
Por isso Jesus disse:

“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” João 13.35

O verdadeiro amor, segundo o apóstolo Paulo, é benigno, bondoso, não busca seus próprios interesses. Não é invejoso, não busca partidos – é sofredor, tudo suporta.
Em Cristo, há somente um povo. Seu reino, segundo ele mesmo afirmou, não é deste mundo (leia João 18.36), não se baseia nas regras deste mundo.

Por toda a história, homens vêm construindo enormes reinos e os chamam de reino de Deus.
Embora pessoas verdadeiramente piedosas, justas, exemplares, ocasionalmente vieram destes meios,
realmente eles representam o reino de Deus na terra?

Estaria a pedra fundamental do grande reino dos céus edificada sobre homens mortais?

Teria Deus reservado algo maior para a humanidade?

Veio Cristo fundar uma religião?

Segundo Tiago,

“A religião pura e imaculada para com Deus e Pai, é esta: Visitar os órfãos e as viúvas nas suas tribulações, e guardar-se da corrupção do mundo.” Tg 1.27

De quão longe nos temos desviado!

No reino dos céus, a essência do Criador capacita e inspira. Isto demonstra o cuidado do arquiteto do reino com seus habitantes, que deseja que todos cresçam, todos tenham o entendimento. No entanto, todos nós somos pó, somos nuvem passageira, cheios de imperfeições, por maior a experiência e equilíbrio, por maior a posição, por maior o tempo em cargos em templos ou instituições religiosas.

“Os reis dos gentios dominam sobre eles, e os que têm autoridade sobre eles são chamados benfeitores.
Mas não sereis vós assim; antes o maior entre vós seja como o menor; e quem governa como quem serve”,

O reino de Cristo em nós é regido por outras regras.
É como a menor das sementes, que, quando cresce, torna-se uma árvore frondosa, a ponto das aves virem abrigar-se à sua sombra. Em Jesus revela-se um misterioso plano arquitetado em um passado muito remoto: o lugar da habitação do Criador seria transferido para corações humanos.
Assim, as sementes do reino do Mestre caem em pessoas, e brotam em paz, verdade, amor, domínio-próprio.
Um novo homem, uma nova mulher são então formados, pedras vivas em um grande edifício invisível cuja pedra principal é Jesus, aquele a quem a morte não pôde deter, quem também simboliza uma nova aliança de Deus com os homens, de um reino que ainda se desdobrará no futuro próximo.

O Mestre nos trouxe a tão grande mensagem que o Pai, hoje, está à procura de quem o busque em sinceridade e em verdade.
Por isso, um dia, quando as intenções de todos os homens e mulheres forem reveladas, muitos primeiros estarão de fora do Reino, e muitos últimos estarão nos lugares de destaque.
Pois Deus não vê como vê o homem; o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Criador olha para o interior.
Um coração mesmo cheio de falhas, mas sincero e verdadeiro, reconhecedor de quem é, mas, sobretudo, reconhecedor de quem Jesus é – o caminho, a verdade e a vida – a este Deus atentará, a este ouvirá, em qualquer hora, em qualquer lugar.
A Luz da vida o atrairá, o amará, e nele fará morada.

E.W.

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