Reticente…

Escravo de uma mente debilitada…

Nada é real. Penso ser o que sou. Não sou aquilo que penso ser… Sempre estou aquém.

Poderia eu ser alvo de uma crise moral, mas não é isso que de fato está acontecendo. Minha mente produziu um eu idealizado.

Eis o conflito… Isso não sou eu. Essa idealização me faz acreditar que não passo de uma farsa, ou melhor, mostra-me realmente o que sou. Mas, se idealizo aquilo que devo ser, como saberei que o que não devo ser também não passa de um produto de minha mente? Sinto-me inseguro. Como posso definir meu ser? Como saberei o que sou? Que conceito define o que de fato sou? Que lei regerá meu comportamento? Estando do lado de dentro, nada parece ser real, nem mesmo o real.

O Cristianismo (ou o que fizeram dele) apresenta-me uma solução. Tal solução evoca perda de liberdade. Para ser mais exato: pensar no Cristianismo me traz à mente um conjunto de regras, preceitos e mandamentos que ditam tiranicamente o que devo ou não ser.

Para mim, isso se constitui em uma agressão descarada à minha subjetividade, pois sinto que viver é mais que isso, é algo mais espontâneo e natural. Existir não se resume a (tentar) cumprir um complexo de regras. Viver não segue uma trajetória linear.

Percorro a religião, a filosofia, a psicologia, a antropologia… mas sempre esbarro em meu ser, angustiado, tentado se definir. Sempre há um apelo interior muito forte, levando-me a aceitar, a crer que há algo maior, que está além de minha compreensão, em cujas mãos encontra-se o meu ser – Deus. Sua existência parece ser uma conclusão natural de meus pensamentos e idéias. É aí que jaz o maior de meus dilemas. Como saber que Deus não é uma idéia produzida por minha mente tentando dar significado para minha existência? Como saber que ele não é uma invenção humana e sim uma descoberta?

Não poucas vezes, penso em tudo aquilo que não sou e, então, pego-me projetando Deus. A agonia se instala, pois Deus se parece muito com a idéia que tenho de tudo aquilo que não sou. Sinto então que nunca poderei ser livre. Estou preso dentro de mim mesmo. Enfim, volto para o ponto inicial.

Há sempre uma “pressão” interior que nos leva a ter fé em alguém que simplesmente não podemos conhecer como queríamos.

Hélio Andrade

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